domingo, 28 de agosto de 2011

Dentistas e médicos do Caetano de Campos

Desde que o prédio do Caetano de Campos foi inaugurado em 1894, discutia-se a necessidade de normas de higiene, saúde e tratamento dentário na escola. Não consta, porém , nas plantas de arquitetura originais alguma sala destinada para salas médicas.
Na década de 1930, Almeida Jr, professor criou o centro de Puericultura e a escola também proporcionava atendimento médico aos seus alunos.
Os consultórios médicos e de dentista ficavam, geralmente no segundo andar do prédio.
Muitos profissionais passaram por lá: Dr Neves,  médico, Dr Ramiro, dentista, D. Terezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich, esta ficou famosa por criar o "lavarroz", em 1959 produzido pela fábrica Trol em 1962, para quem ela cedeu os direitos autorais. Criou também outros objetos, como uma escova de dentes diferenciada.
Havia D. Marilda , dentista, D. Maria do Carmo Abreu e até o ator Ednei Giovenazzi, que em 72 fazia o maior sucesso na novela "Selva de Pedra"e trabalhava como dentista na escola.





Dr Ramiro tratando de Maria Elisa Aciolly- filha da D. Corintha diretora do primário


Dr Ramiro e Bozzo, um dos filhos de D. Wilma R. Bozzo museóloga que cuidava da biblioteca







Folhinha de São Paulo- 24/10/71


1972-Foto tirada no Jardim de Infância- dentista à esquerda, de óculos

D. Therezinha Zorowich, com o "Lavarroz"


Consultório médico- década de 1960


Dr Neves- década de 1960


Dr. Neves- década de 1960, com Cláudio Bozzo

sábado, 27 de agosto de 2011

Marcadores de livros


Sempre havia à nossa disposição os marcadores de livro na nossa Biblioteca Infantil:

          
Frente


verso
Este marcador foi impresso nos anos 60 e 70


                                                                             frente


                                                                             verso
Marcador reeditado em 1978, quando a escola mudou-se para a Aclimação, até o texto foi alterado



                 1946- 1* Prof da Escola Normal- Manuel José Chaves- não consta nada no verso


                   1946- Edição comemorativa dos cem anos da Escola Normal, como os da foto anterior


                                  Oscar Thompson- Diretor da Escola Normal de 1901 à 1920


                                Joaninha Grassi Fagundes- 1* Diretora do Jardim de infância em 1896


                                                                           Frente


                                                                             Verso

1974- Esse marcador está assinado pela orientadora pedagógica, D. Arminda Amoroso, filha da mestra Cecília Bueno dos Reis Amoroso , que escreveu a Cartilha do Patinho, adotada na escola nos anos 1960 e 1970.
               A diretora do primário de 1971 à 1975, D. Carmela Galvão, também assina.

Fonte: arquivo pessoal de Patrícia Golombek e CRE Mário Covas


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ilka Brunhilde Laurito - "editora-chefe"do jornal Nosso Esforço

Ilka nasceu em São Paulo em 1925. Cursou o primário e ginásio no Caetano de Campos.
Em 1936, quando a escola primária estava sob a direção de D. Carolina Ribeiro, foi criado o Jornal Nosso Esforço. Um grupo de alunos , os chamados "jornalistas "eram orientados pela bibliotecária D. Iracema Marques da Silveira e alguns professores. A "editora-chefe"era a estudande Ilka B. Laurito.
Essa estudante criou laços fortíssimos entre a diretora e a bibliotecária e mesmo muitos anos após deixar a escola sempre participou de alguma maneira, colaborando com os programas que D. Iracema organizava para os alunos. Ilka, que além de escritora e jornalista foi , em 1962, diretora do departamento de cinema e educação da Cinemateca, organizava palestras e levava mostras de cinema para a escola.
Publicou seu primeiro livro em 1948.No ano seguinte licenciou-se em Letras pela USP.
Lecionou entre os anos de 1960 a 1980, no ensino secundário e superior.
Ganhou  entre 1987 e 1990 o Prêmio Jabuti de poesia, outro Jabuti em literatura juvenil.
Hoje, aos 86 anos, após escrever inúmeros livros, está aposentada e vive no interior do estado, com uma sobrinha.


                                          Ilka, segunda da esquerda pra direita, em 1937



       1946-Ao centro Ilka, com flores nas mãos, de braço dado com D. Iracema; ao seu lado direito, a diretora D. Carolina Ribeiro na comemoração de 10 anos do Jornal "Nosso Esforço"

             Jornal Nosso esforço de 1946, falando sobre o aniversário de 10 anos do Jornal

                        1946- Comemoração dos 10 anos do Jornal na biblioteca infantil

1956- 20 * aniversário do Jornal, apesar de não ser mais diretora da escola e ser Secretária da Educação naquela época, D. Carolina Ribeiro comparece ao evento.


                                           1960- Agosto- Jornal Nosso Esforço


                                     1960-  Ilka dando palestra na biblioteca infantil

                                           1960- Mesma palestra da foto anterior



                               1963- Março à Junho- Nosso esforço- Ilka, leva filmes para a escola

                     1963-  O diretor prof. João Carlos Gomes Cardim visita à exposição com alguns alunos

                                                               1963- Nosso Esforço










quinta-feira, 25 de agosto de 2011

1961- Governador Carvalho Pinto

A escola sempre teve relações com os governantes em todo o período em que permaneceu na Praça da República. Um deles , o governador Carvalho Pinto. Aqui aparece em 2 ocasiões, ambas em 1961.

                                                     1961- Outubro- Jornal Nosso esforço

1961- Guiados pelas normalistas: Vera Lúcia Zimermann ( de óculos escuros) Maria Luzia C de Andrade e Maria Cristina Cavalcanti de A. Batista, estudantes visitam o Palácio dos Campos Elíseos, ao fundo, a diretora D. Corintha Accioly

                               1961- Jornal Nosso Esforço registra a visita da foto anterior

                                                     O governador cumprimenta os alunos



Fonte: CRE Mário Covas

Fernando Penteado Cardoso- aluno dos anos 1920


Quem não se lembra do slogan: "Com Manah, adubando, dá"? Esta empresa foi fundada por Fernando Penteado Cardoso.


A matéria abaixo foi enviada pelo sr. Fernando para o blog da colega Wilma Legris
Recebi sua carta de 4 de junho e dei uma olhada em seu blog.
Nossa… como vocês são jovens! Será que alguém vai se interessar pela Caetano dos anos 1925?
Eu tinha 10 anos quando lá me matriculei no 3o. ano primário e me transferi para o Colégio S.Luiz em 1928.
Fui aluno por 3 anos da então chamada “Escola Modelo Caetano de Campos”, quando o edifício tinha um andar a menos e as classes eram separadas por sexo.
Hoje, aos 96 anos, sou um  eng. agrônomo sênior da ESALQ-USP, turma 1936. Continuo ativo como presidente da Fundação Agrisus (visite www.agrisus.org.br).
Lembro-me de alguns casinhos daqueles tempos. Pouca coisa após 86 anos. Fotos muito poucas. Não havia telefones pessoais portáteis que tiram fotos.
A vida era simples e modesta. Eu morava na Av.Angélica e ia a pé todos os dias até a Pça.da República. Meu pai era fã de exercícios e zelava muito pela saúde dos filhos.
Se for de interesse, posso alinhavar algumas lembranças, insuficientes para o formato de crônica.
Acha que vale a pena? Será que os jovens gostam de antiguidades?
Grande abraço e au revoir
Fernando

A “CAETANO” NOS AN0S 1920
Em 1924 mudamo-nos das Perdizes para a Av. Angélica No.47 para ficarmos próximos da vovó Rita que morava no No.89. Meu pai transferiu então os dois filhos mais velhos para o Externato Cesário Mota situado na R. Gal. Jardim, próximo ao Largo do Arouche.
No início de 1925 ele nos matriculou no mais afamado estabelecimento de ensino primário do país a Escola Modelo Caetano de Campos, na Praça da República. Eu tinha 11 anos.
Ingressei no 3º.Ano Primário tendo conhecido a professora  Da. Branca do Canto e Mello que, mais tarde, se tornou educadora renomada vindo a merecer rua com seu nome no bairro de Ponte Rasa em S. Paulo.  Ela era bem clara, baixinha e um tanto gorducha.
Tínhamos muito orgulho do prédio que tomava a frente de um quarteirão inteiro, principalmente porque estávamos acostumados com modestas casas residenciais onde se instalavam os “externatos”. A construção, em forma de “U”, tinha então um andar a menos do que hoje. Atrás ficavam os pátios de recreio e o pavilhão de reuniões e cerimônias escolares.
O regime era se separação de sexos: meninos de um lado garotas de outro, tanto nas classes como nos recreios. Somente à saída, nos uníamos na calçada do lado direito do prédio principal, – olhando de frente-, onde vendiam pipocas e pirolitos.
Após 86 anos, os poucos fatos que vêm à memória surgem sem cronologia definida. Assim, ao relembrá-los não sei em que ano ocorreram. São casinhos um tanto pueris, ajustados à idade  do menino que os viveu.
Na Escola Modelo permaneci por 3 anos, vindo a completar o 4º.Ano  Primário e o 1º. Ano do  Curso Complementar, o qual tinha dois anos e era preparatório para a Escola Normal, onde se diplomavam as professoras.

Tínhamos aulas de ginástica sueca dirigidas pelo Prof. Fritjof Dettow,  um sueco que arranhava o português  mas era muito enérgico. Eu me orgulhava de já o conhecer, pois desde anos antes  ele ia a nossa casa, contratado por meu pai para exercitar os cinco irmãos para que tivessem boa saúde. Certa feita, em feriado nacional, a turma de alunos fez uma exibição para as autoridades em uma dos pátios internos da Praça. Estávamos todos uniformizados e levamos muito a sério o show de ginástica sueca.
Outra vez tivemos um cochicho generalizado em meia voz ao comentar o boato de que um aluno havia visto certo professor agarrado a uma professora no banheiro da escola. Foi um nunca acabar de hipóteses nas mentes fantasiosas e ingênuas de 12 anos de idade.
Em outro feriado o melhor aluno foi designado para plantar uma árvore com discurso e tudo. Fui o escolhido e li, suando frio, o escrito redigido pela professora. A árvore era um pé de café que lá ficou por muitos  anos, no canto lateral direito, trazendo doces lembranças ao já formado  agrônomo, talvez inspirado por aquele ato ao ter que  escolher uma profissão.
Eu era muito tímido e não tinha coragem de iniciar conversa com as meninas que não conhecia. Invejava os colegas atirados que confraternizavam com as garotas na hora da saída. Criei na imaginação que tinha uma namorada que eu mirava de longe no recreio e que informaram chamar-se Violeta. Nunca falei com ela, mas limitava-me à fantasia de que ela também me olhava de longe.
Uma vez um carro atropelou uma estudante em frente da saída. Evitei o ajuntamento que se formou, mas fiquei muito impressionado porque o automóvel tinha um radiador em forma de quilha que poderia ter machucado a menina.
Iniciaram um grupo de escoteiros ao qual me filiei. Roupa kaki, calça larga tipo culote, cinturão de fivela dourada, polainas acima das botinas, lenço vermelho no pescoço e chapéu com copa de quatro gomos. Quanto orgulho com os ensinamentos de “Sempre Alerta”,  boas ações, marchas, excursões e os regulamentos ditados por Baden Powell, um inglês fundador desse movimento juvenil.
Sempre fui um bom aluno desde os tempos de externato. Meus boletins conservados com orgulho por minha mãe mostram o grau de meus esforços. A nota máxima era “12” naqueles tempos e no 3º. Ano tirei nota 12 tanto em comportamento como em aplicação em todos os meses de freqüência.


Havia aula de modelagem no porão da Escola. Um professor mal barbeado, magro e grisalho nos fornecia certa massa de argila cinzenta, coma qual compúnhamos figuras de pessoas, animais e casas. Parecia brincadeira.
No Curso Complementar, equivalente ao 1º.Ano ginasial, havia aula de música com a qual eu tinha dificuldade. No exame de fim de ano levaram um pequeno órgão portátil acionado a manivela e tocaram uma breve ária, cujas notas e claves devíamos traduzir graficamente. Foi a única reprovação em toda minha vida.  Passei por média com as notas 12 nas demais provas. O boletim desse curso não foi colecionado por minha mãe, talvez por conter uma nota zero.
Nossos diretores foram o Seu Arnaldo e o Seu Cardim que a gente pouco via nos corredores. Dos professores lembro-me de Da. Branca, de Seu Rizzo, de Seu Olavo e de Seu Sangirardi. Alguns assinaram os boletins, outros não. Eram muito dedicados e ensinavam varias matérias, encarregados que eram de uma só classe, com a qual conviviam e se identificavam.
Meu irmão mais moço e eu íamos a pé para a escola,  acompanhados por meu pai. Seguíamos pela Al.Barros, R.das Palmeiras, Largo e R. do Arouche. Passávamos em frente da Igreja de Sta.Cecília,  do Cine Royal (Clara Bow, Tom Mix, Carlito, Rodolpho Valentino na tela molhada e muda logo acima da orquestra com violinos)  de  um bebedouro circular, verde, de ferro fundido, onde cavalos e mulas de tiro vinham saciar a sede.
Minha mala de livros era muito pesada porque, alem dos livros e cadernos, levava um lanche para comer no recreio e um par de galochas para cobrir os sapatos em dias de chuva. Eu implicava com as galochas de borracha pelo aumento de peso que causavam.
Conservamos algumas fotos de fim de ano mostrando a turma de alunos e seu professor. Lá estou eu, de calça curta, nos anos 1925, 26 e 27. Ao meu lado os colegas que conviveram comigo.
As caminhadas, ao lado das aulas de ginástica sueca, das gemadas, de comer verduras, do óleo de fígado de bacalhau, do copo de leite, de dormir cedo, de não molhar os pés, de levar agasalho, alem de outras regras e proibições, decorriam da preocupação de nossos pais com a saúde dos filhos.
Nunca mais os encontrei embora me lembre de algumas feições. Nenhum deles seguiu o mesmo caminho que o meu de freqüentar o Colégio São Luiz na Av. Paulista e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em Piracicaba.
Que aconteceu com eles? Para onde foram? Certamente integraram-se  na sociedade brasileira com o destino que os torna distintos uns dos outros. Talvez existam alguns sobreviventes como eu. Por onde andariam?  Só Deus sabe a vida que lhes foi reservada.
Como seria bom se algum deles chegasse a ler estas memórias e também viesse a contar suas recordações.
Faz. Aparecida, Mogi Mirim/ SP, 8.7.11



                                                                      1925- 3* ano

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

IECC memórias

Para quem ainda não sabe, existe o blog  ieccmemorias.wordpress.com , da colega Wilma Legris. Um blog muito bacana que além  de tratar de assuntos da memória da nossa escola, está sempre em dia do que acontece com os caetanistas de todas as gerações. Lá você pode achar um colega de turma, ou mandar fotos e mandar depoimentos, enfim é muito variado e agradável, vale a pena conferir. Estamos sempre trabalhando em conjunto, a Wilma e eu, trocando informações, pois meu blog tem a intenção de registrar tudo o que aconteceu na escola e muitas vezes aparecem matérias incríveis no blog da Wilma.
Bem Wilma, agora se prepara porque vou roubar uma matéria do ieccmemorias de um caetanista dos anos 20 que eu quase morri de emoção quando vi o material... Roubo, mas faço propaganda...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Considerações sobre D. Carolina Ribeiro

Quando eu comecei a pesquisar o acervo da escola, me deparei com fotos de professores antigos , de uma época remota, que , para mim  pareceu coisa do “tempo do onça” e me passou pela cabeça: Graças a D”us que estudei naquela escola em outra época. 
Sim , porque ao entrar na escola, no Jardim da Infância em 1969, a moda era mini-saia e jovem-guarda e nem as professoras deixavam de usar suas saias à um palmo acima do joelho, como a maioria da população feminina com menos de 40 anos.
 Aquelas professoras com roupas escuras e pesadas, óculos e cabelos brancos que apareciam no Caetano de Campos de antigamente, me passav am a idéia de uma escola antiquada, daquelas que aluno até apanhava de palmatória.
À medida que fui me aprofundando e conhecendo melhor o acervo, me deparei com uma figura que me chamou muito a atenção: a diretora Carolina Ribeiro.
Essa mulher, de cabelos brancos, óculos e roupas pesadas, como eu descrevi acima não era nada, nadinha daquilo que eu imaginei.
Em primeiro lugar, apesar dos cabelos brancos, ela não era idosa. Ingressou como diretora do primário em 1935, aos 43 anos. Essa D. Carolina era de uma competência e disposição,  em 1939 entrou como diretora superintendente, realizou coisas impressionantes, numa época em que a comunicação estava engatinhando e em 1955 foi nomeada a primeira Secretária da Educação do país.
Quando essa mulher, resolvia, de uma hora pra outra, inventar um projeto, por mais louco e impossível, ele se tornava realidade. Vou dar três exemplos: um belo dia ela resolve que todas as escolas do estado devem comemorar o centenário da criação do Ensino Normal,pois como a nossa foi a primeira escola, criada em 1846, algo deveria ser feito à respeito.
Mandou assim um recado para todas as escolas, via correio, telefone do prefeito, ou coisa parecida exigindo várias solicitações para serem atendidas:

1-a criação de uma sub-comissão, para entrar em contato com a comissão central, que seria ela,
2-que colhessem a maior soma de documentos referentes à história e a vida da escola local,
3-que enviassem o nome dos professores diplomados desde o início do seu funcionamento até a época atual,
4-que providenciassem material fotográfico e outros como moveis, objetos e material escolar, trabalhos e referências de alunos e ex-alunos nas diversas áreas para a construção de um museu do ensino normal de São Paulo
5-que  providenciassem , o mais rápidamente possível uma missa para ser celebrada com um padre local
6-que , com boa vontade sugiram algo de bom para abrilhantar o evento.

Isso foi pedido no dia 19 de fevereiro de 1946, sabe pra quando era pra ser providenciado toda a lista acima?
Para o dia 16 de março ( no mês seguinte!!!), e o piór:
Todo mundo fez exatamente tudo o que ela solicitou, foi feito um documento chamado  "Comemorações do Primeiro Centenário do Ensino Normal ", com o relatório da comissão organizadora citando isso, imaginem hoje em dia, com todos os meios de comunicação não ia ser realizado de jeito nenhum! Im-pos-sí-vel!
Percebi, então o seu poder : D. Carolina não pedia, ela mandava. E todos o atendiam. Até Getúlio Vargas se baseava nos trabalhos dirigidos por ela, para aplicar em outras escolas.
Num outro projeto, ela cisma que tem muito adulto analfabeto e cria uma espécie de gincana premiada entre as escolas normais para ver quem alfabetiza mais gente.
Arrumou um número enorme de patrocinadores que doaram prêmios, inclusive somas em dinheiro, para ser entregues as escolas e normalistas  ganhadoras. Lançou o desafio em 1* de março de 1946, seguindo as comemorações do centenário do ensino normal.No dia 10 de dezembro encerrou a campanha. No ano seguinte, sem a ajuda do governo, as escolas organizaram festas, tiveram auxílio de comerciantes locais e particulares e o resultado em um ano foi de 2.000 adultos alfabetizados em todo o estado.
Como as pessoas eram focadas e determinadas naquela época!
Não bastando os dois projetos acima, executou diversas comemorações durante o ano, dentro e fora da escola, e resolveu aceitar a sugestão de um escritor chamado Edmundo de Amices , que através do Presidente do Centro Sorocabano de Letras, sr, Renato Sêneca Fleury, requisitaram à D. Carolina Ribeiro que organizasse uma mostra de livros escritos por professores das diversas escolas normais do país.
Ela reune então várias editoras, como a Melhoramentos, Livraria Alves, Anchieta, Paulicéia, todas da capital e Acadêmica,Lira, Vozes de Petrópolis, e de muitos outros estados, que armam “stands”em várias salas de aula de todo o primeiro andar do prédio da escola.
Além das editoras reune trabalhos desenvolvidos por professores, normalistas, como plano de aulas, teses, etc, assim ocupando 18 salas de aula e ainda organizando uma mostra de artes com música, pintura e escultura no foyer do auditório com a ajuda do prof. Carlos Alberto Gomes Cardim. O projeto foi lançado dia 9 de outubro de 1946, a inauguração foi dia 19 de novembro daquele ano, como um projeto daquele tamanho poderia ser feito em tão pouco tempo, inacreditável!
Os jornais da época noticiavam tudo o que acontecia dentro da escola. Se saísse alguma matéria como: haverá amanhã, no Jardim da Infância palestra com fulano, já era subtendido que jardim da infância era do Caetano de Campos. Ou se haverá encontro com tal escritor na escola Normal, era a do Caetano de Campos. A escola era o foco principal, em se tratando de educação pública na cidade. As matérias eram citadas nos seguintes jornais:" Folha da Manhã ", " A Noite ", "Estado de São Paulo ", "Correio Paulistano ", " A Gazeta ",  "Diários associados ",  "Jornal de notícias ",  "Jornal trabalhista ".
 D. Carolina teve a colaboração de várias empresas e pessoas físicas, conseguindo a verba para a construção do teatro que foi inaugurado em 1941.
Reformou toda a biblioteca infantil, na época dirigida por Iracema Marques da Silveira, mudou a alimentação das crianças na escola com o projeto do lanche saudável e instalou um refeitório infantil; ajudou o centro de puericultura, fez campanhas em prol de inúmeras instituições de caridade. Participou de um número enorme de comemorações cívicas com festas, discursos desfiles e apresentações de ginástica, recebeu autoridades do Brasil e do mundo, organizou paletras, visitou autoridades, escreveu poesias, ajudou na criação do Jornal Nosso Esforço, criado em 1936; incentivou muitos professores a desenvolver métodos de ensino que transcendeu as paredes da escola.
Era admirada e respeitada por alunos , professores e funcionários. Nunca se casou. Dedicou a vida à educação.
Em 1975 , com idade avançada dirigiu a associação dos ex-alunos e brigou para a preservação do prédio do Caetano e sua continuidade como escola. Faleceu em 1982, aos   90 anos.
Mudei de idéia : depois de tudo que li e vi em fotos e documentos, pra mim, esta foi uma das figuras mais extraordinárias e importantes para a continuidade da qualidade de ensino e da imagem de nossa escola, e não são roupas escuras e cabelos brancos que a impediram de transformar a escola em exemplo daquela qualidade e modernidade . Obrigada, D. Carolina.



D. Carolina mantinha um relacionamento amistoso com diversas autoridades, entre eles Adhemar de Barros e até mesmo Getúlio Vargas


     Sem data- Acima visita com as alunas o jornal "Correio Paulistano"- vários jornais publicavam notícias sobre a escola, entre estes A " Folha da Manhã"

                          1944- Visita de Assis Chateaubriand, diretor dos "Diários Associados"

                                                        1955- Correio Paulistano

                Em 1955 é nomeada por Jânio Quadros a primeira Secretária de Educação do Brasil




                                                  1955- ao assumir a Secretaria

                 1966- discurso no teatro municipal , em ocasião aos 70 anos do Jardim da Infância